sábado, 26 de janeiro de 2008

Change the World

Eis algo que me inspira, a mudança. Que mudança maior do que a que tem impacto na vida das pessoas, que ataca a balança do poder, desafia o establishment e promove melhorias com repercussões transversais à sociedade? A meu ver é isto que o senhor Bill Strickland está a conseguir na concretização da sua visão: trazer condições de categoria mundial, a nível de espaço para a formação educativa qualificada e profissional, aos mais desfavorecidos. Isto meus amigos é empowerement.

Conheçam a visão trabalho e resultados do senhor Strickland nesta fantástica Ted Talk que é uma palestra, uma apresentação e segue ao sabor do Jazz: http://www.ted.com/index.php/talks/view/id/209 (35 minutos, o piano tá alto nos primeiros minutos mas depois baixa de volume)

A forma como tudo é feito, pela dignidade, pela construção de um espaço que reune condições de trabalho e estudo e no fundo habitação em harmonia e em ligação artística e de tom positivo, é algo fascinante. De mencionar aqui o conceito japonês 'Ba'

The concept of ‘Ba’, originally proposed by the Japanese philosopher Nishida and introduced by Nonaka and Konno in the organisational theory. ‘Ba’, that can be roughy translated into English as ‘place’, is a ‘shared space for emerging relationships’, and a ‘platform for advancing individual and collective knowledge’ hence a context more than a place.

Nonaka and Konno consider that ‘Ba’ can be though as a space with three categories – a physical space (offices, for instance), a mental space (shared experiences and ideas, mental and social relationships) and a virtual space. The physical space influences the mental space and the quality of ‘ba’.

all your world is belong to us! they've set us up the bomb!!!

Acutilante e incisivo. É como descrevo o melhor ensaio que já li sobre política externa dos E.U.A. (e amigos Britânicos e Israelitas). Mas mais que isso, acusa o modo americano de estar no mundo. É assim uma crítica profunda, que não se cinge aos sedentos de guerra mas também aos pacifistas, porque todos vêm os problemas pela mesma óptica, a americana: We Own The World.
So if you look over the debate that took place and is still taking place about Iranian interference, no one points out this is insane. How can Iran be interfering in a country that we invaded and occupied? It’s only appropriate on the presupposition that we own the world. Once you have that established in your head, the discussion is perfectly sensible.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Crazy Food with Drunk Chicks


Uma sugestão CUlinária



receita completa em
http://wasabibratwurst.com/beer-butt-chicken-recipe/

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Sei que não vou por aí.



Trata-se de um decalque lírico da interpretação de João Villaret por oposição ao original de José Régio. Ainda assim Bethânia impõe o seu cunho pessoal e a companhia instrumental é um complemento excelente :-)

Pedaços Emprestados

E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.

- Tabacaria, Álvaro de Campos
.



Então, acendo um cigarro na falésia
da memória. Os deuses seguem-me, apanhando
as beatas que deixo pelo caminho. Correm,
e ouço o bater dos corações num eco
de cansaço. Mas não me apanham, e
dobro a esquina do ocaso, vendo-os tossir
com o fumo da noite

- Nuno Júdice

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !

- Cântico Negro, José Régio
I am the escaped one,
After I was born
They locked me up inside me
But I left.
My soul seeks me,
Through hills and valley,
I hope my soul
Never finds me.

- Fernando Pessoa

Fogem-te, por entre os dedos,
os instantes; e nos labios dessa que amaste
morre um fim de frase, deixando a duvida
definitiva. (...) Louco, ignora que o destino, por vezes,
se confunde com a brevidade do verso.

- Carpe Diem, Nuno Júdice
Nós temos cinco sentidos:
são dois pares e meio de asas.
- Como quereis o equilíbrio?

- David Mourão-Ferreira


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Carta

Sinto a tua falta.

Estarás sempre presente. Há tantos lugares que ainda estão cheios de ti (e ainda nem fui a Estarreja). Nas mesas vazias do Aracuá, ao volante do Hudson, a secretária no escritório, o toque das paredes das pedrinhas lá de casa, o rádio, a cadeira de pano em Santa Cruz.

Lembro os momentos repetidos que tivémos: o relato das viagens à América, as conversas sobre a bola, o ritual do jornal, as outras conversas, os passeios, o único jogo do Sporting que fui, o ritual do café, os estalinhos de papel, as castanhas assadas, o Quebra-Gelos, as brincadeiras, e claro: os donuts :P

Serás sempre o meu herói, sem medo do trabalho, honesto, generoso, bondoso e amigo. Nunca te disse mas sei que o sabes: admiro-te e inspiras-me a ser melhor.


Fui finalmente visitar-te. 2 anos e meio depois.

Consegui por fim compreender que não é simples a forma como sentimos e como vivemos os sentimentos e as memórias.

Os mecanismos neuronais são feitos de transferências de ideias e de memórias que disparam outras memórias. A tua partida ficou ligada a outras memórias, fortaleceu-as, penso que me escudei noutras desventuras para não enfrentar a tua ausência. Mas os filamentos e os processos do cérebro nada sabem do que é saudade e do que é sentir.

Os meus arrependimentos hoje são apenas de não ter aceite que o final se aproximava e não ter sido capaz de estar contigo na tua doença. Não ter sido o amigo presente para te dar um e outro abraço quando mais precisaste.

Pensar que senti algo a menos por ti, foi uma sinuosa e desnecessária tortura. Hoje compreendi o disparate que foi alguma vez duvidar dos meus sentimentos.

Choveu quando sai do cemitério. Foi pouco mas o suficiente para parecer hollywoodesco. A caminho de casa encontrei a avó, o pai e o Porto a quem dei um grande abraço. Não lhes disse ao que andava para não ficar tudo em prantos. Quatro pessoas, três gerações, memórias e sentimentos distintos, todos carregados de saudade, gratidão, admiração, respeito e amor.

Sorrio.
Não sei se é a isto que chamam nostalgia, mas já dizias que antes sorrir do que chorar...


Love,

Diogo

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Nós por cá não temos Obama

Um Animal Político é o novo blogue de um amigo meu. A expressão que deu nome ao blogue foi usada por mim como elogio às suas capacidades de argumentação (*cof* spin *cof*). Assim sinto-me um pouco como o padrinho do blogue. Com o pretexto de lançar tema de conversa inter-blogues temos hoje uma estreia no castelo: vou falar de política.

Hillary Clinton era há alguns meses considerada a próxima candidata democrata às presidenciais de 2008. Surgiu o fenómeno Obama e tudo mudou; a corrida é agora renhida. Contra as previsões que favoreciam Obama, Hillary ganhou ontem no estado de New Hampshire. Mas Obama não irá certamente abaixo, Iowa não foi aleatório.

O Senador Barack Obama rivaliza com a mulher do ex-Presidente na angariação de fundos e votos. Um homem cujo primeiro nome rima com Iraque e o segundo está a um letra do inimigo público número um dos EUA. Como é que ele conseguiu?

Com uma campanha de auto promoção montada em menos de 1 ano, procurando o eleitorando que vota pela primeira vez (18 anos) e promovendo marketing activo na web (algo que pouca gente é capaz de fazer decentemente e com resultados).

Obama atrai os votos dos jovens, dos independentes, da população negra, e dos imigrantes. Já foi comparado a J.F.K. e irmão R.F.K., M.L.K. e mesmo ao republicano Ronald Reagan. Hillary prefere compará-lo (depreciativamente) a Jimmy Carter.

A América e o mundo precisam mais uma vez de acreditar na democracia. O sistema político e o modelo capitalista estão em crise de fé. São figuras como Obama que de tempos a tempos injectam confiança no sistema político. Alguns morrem por isso. A confiança que o sistema exige é depois gasta em guerras e escândalos e mais tarde reposta de novo. A História repete-se.

Fica a esperança naive que o próximo governo dos EUA tome acções que vão além da confiança que precisa recuperar. Que se caminhe no sentido de querer manter essa confiança. Que se tomem as acções necessárias a melhorar um pouco o mundo invés de simplesmente proteger o status quo.


Talvez mais naive seja a vontade de ter na política Portuguesa homens como Obama. Somos tão parados e desinteressantes que restaurar a confiança no sistema é simplesmente sinónimo da passagem de testemunho entre PS e PSD, antigamente esquerda e direita, hoje direita e direita.

Não conseguimos sequer encontrar figuras políticas em Portugal capazes de conciliar credibilidade e dinamismo. Parece que um é antónimo do outro, ninguém acredita nos populistas e os que merecem (algum) crédito - basta recordar os 3 candidatos às últimas presidenciais - não têm qualquer vigor...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

acabou-se o que era doce

Acabou-se. É o fim da coisa. Já foi a última taça de arroz doce. Os ferreros já marcharam há muito e o bacalhau está a dar as ultimas...

there is no peace

Primeira música de radio em viagem de carro no novo ano 2008

Tudo o que quer me dar
Everything you want to give me

É demais
It´s too much

É pesado
It’s heavy

Não há paz
There is no peace

Tudo o que quer de mim
All you want from me

Irreais
Isn´t real

Expectativas
Expectations

Desleais



Agora é pensar como seria em Portugal... Poderiam traduzir para português uma malha dos Stones com voice over do nosso narrador por excelência: o Euládio Climaco.

I can't get nooooooooooooo
Eu não consigo obter

Satisfaction!
Satisfação

And I try and I try and I try
E eu tento e tento e tento

But I can't get noooooooooooo
Mas eu não consigo obter

Satisfaction!
Satisfação


Ou isso ou para manter a produção totalmente nacional, punha-se um clássico português dobrado para inglês pelo David Fonseca (Supah Stours!).