Chamou-lhe cão e atirou-lhe os sapatos.
Perdoem-lhe os caninos.
Foi indecente, imprudente e rude. Mas também foi bravo senão mesmo corajoso e mais importante: o seu acto infame de arremessar o calçado foi carregado de verdade.
Foi indecente, imprudente e rude. Mas também foi bravo senão mesmo corajoso e mais importante: o seu acto infame de arremessar o calçado foi carregado de verdade.
Tornou-se da noite para o dia, e só por um dia, um símbolo da revolta calada que se expressa num grito.
Dizem as notícias que os árabes em geral sentem desconforto com o comportamento do jornalista descalço. Que mesmo aos inimigos, não se trata assim, que não foi cortês. Que semelhante episódio não pertence ali, é coisa de acontecer só pelas Américas. Que enfim... parece mal.
Desculpem-me as excelências a frontalidade deste vosso europeu, mas para mim faltam mais sapatos arremessados aos que fazem pouco dos outros. Olhando para o nosso cantinho à beira mar plantado, falta no meu sapateiro calçado suficiente que chegasse para assapatar a matilha que para aí anda: banqueiros corruptos e fiscais incompetentes, pedófilos em julgamento, políticos inertes e ministros autistas, jornalistas incompetentes e inconscientes (ou não, que só agrava a sua culpa) da desinformação que provocam ou permitem, jornalistas inertes, jornalistas que só falam na maddie, jornalistas marionetes que só falam no que lhes dizem que falem, e por mencionar deixo outros quantos ilustres.
Havia de ser bonito... Ficava o país descalço.
2 comentários:
http://henricartoon.blogs.sapo.pt/69233.html
Loool
Uma crítica muito sui generis, sem dúvida. Bem conseguida,parece-me muito bem.
Só não concordo com a parte de todo o país ficar descalço: eu não ficaria de certeza, essa cambada que aí anda não merece os meus sapatos, nem mesmo os mais reles ou mais velhos. E estava capaz de apostar que há mais gente a partilhar da minha opinião.
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